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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Futebol de compensação

Está em grande destaque no futebol português a arbitragem do jogo do Benfica em Guimarães (ainda!) e não só. Todo o discurso de Luís Filipe Vieira em conjunto com as mais recentes declarações de Vítor Pereira trouxe o assunto novamente para as manchetes dos jornais.
O engraçado de tudo isto é que a época passada também foi marcada por arbitragens duvidosas, entre outras coisas, onde quem reclama este ano, nada teve a dizer. Mais, nem se quer deram a cara, lembre-se o episódio da final da Taça da Liga e a magnífica conferência de imprensa que se seguiu.
Com toda esta novela futebolística, pode-se concluir que o futebol português é um futebol de compensações. Ora vejamos: como o Benfica na época transacta foi notoriamente beneficiado em alguns jogos, este ano a Comissão de Arbitragem deve ter tomado a decisão de penalizar o Benfica. O Benfica é neste momento a equipa mais indisciplinada na liga, compensando assim a falta de cartões da época passada - simulações que deram penalties e agressividade excessiva por parte de alguns jogadores que não eram punidos disciplinarmente (Javi Garcia e David Luiz, claro!). Com resultados abaixo das expectativas, o FC Porto da época passada parece ser o alvo a beneficiar este ano, para compensar a injustiça dos castigos a Hulk e Sapunaru. Penalties contra o Porto esta época? Não me parece. Seria o mesmo que dizer que “os dragões” estão na Liga dos Campeões - é absurdo. Ao Sporting será “oferecida” uma das taças, ou talvez um lugar minimamente digno na liga, pois após a falta fantasma contra o Olhanense não sei qual das duas irá prevalecer para contrabalançar a “perda” da Taça da Liga.
Mas isto não fica por aqui. Todo este sistema de procura de um equilíbrio não passa só pelos clubes. Reparem que Paulo Bento demitiu-se do Sporting. Uma saída que muitos não consideraram justa. Ora nem mais, quis a FPF compensar o homem com o cargo de treinador mais alto do futebol português – seleccionador nacional.
E o futebol português anda nisto, anos e anos. Esta espécie de democracia que quando se engana, corrige os seus erros, errando novamente. O problema é que os erros são sempre os mesmos, e o futebol em Portugal fica preso neste ciclo vicioso. A mim ensinaram-me que todos aprendemos com os erros. Pensando bem, nem todos…

1 comentário:

César João disse...

Bom post!
Subscrevo inteiramente.